Em 1956, lançou “Uma economia dependente”, onde analisa a evolução da economia brasileira desde o período colonial até suas transformações recentes. Em 1957, publicou “Perspectivas da economia brasileira”. No ano seguinte (1958), foi para a Inglaterra, onde ministrou um curso na Universidade de Cambridge. De volta ao Brasil, na qualidade de diretor do BNDE, elaborou um estudo visando a solução dos problemas do Nordeste. Com base nesse estudo, o presidente Juscelino Kubitschek enviou ao Congresso Nacional projeto criando a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), criação que se efetivou em dezembro de 1959, sendo Celso Furtado seu primeiro superintendente. Ainda em 1959, ele publicou o livro “Formação econômica do Brasil”, onde analisa a evolução da economia brasileira até o início do processo de industrialização, sendo considerado um dos estudos mais importantes da historiografia brasileira. Em 1960, publicou “A operação Nordeste” e “Desenvolvimento e subdesenvolvimento”. Em 1962, o economista assumiu o Ministério do Planejamento, elaborando o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. Ao ser exilado pela ditadura militar, em 1964, tornou-se professor em universidades americanas e européias.
Defensor da idéia de que o economista não tem uma formação completa sem dedicar-se à pesquisa, Furtado também considerava que a economia não evoluiu muito como ciência nas décadas recentes. Em sua opinião, a visão moderna da disciplina está muito baseada numa abordagem funcionalista da sociedade. Para ele, a economia está intimamente ligada às questões sociais. A partir de 1979, quando é votada a Lei da Anistia, retorna com freqüência ao Brasil, reinsere-se na vida política e é eleito membro do Diretório Nacional do PMDB. Entre 1982-85, como diretor de pesquisas da Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, dirige em Paris seminários sobre a economia brasileira e internacional. Em janeiro de 1985 é convidado pelo recém-eleito presidente Tancredo Neves para participar da Comissão do Plano de Ação do Governo, sendo nomeado embaixador do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia, em Bruxelas, assumindo o posto em setembro. Integrou a Comissão de Estudos Constitucionais, presidida por Afonso Arinos, para elaborar um projeto de nova Constituição. Em março de 1986 foi nomeado ministro da Cultura do governo do presidente José Sarney; sob sua iniciativa, foi aprovada a primeira lei de incentivos fiscais à cultura. Em julho de 1988 pede demissão do cargo, retornando às atividades acadêmicas no Brasil e no exterior.
De 1987-90 integra a South Commission, criada e presidida pelo presidente Julius Nyerere, e formada por países do Terceiro Mundo para formular uma política para o Sul. Entre 1993-95 é um dos doze membros da Comissão Mundial para a Cultura e o Desenvolvimento, da ONU/UNESCO, presidida por Javier Pérez de Cuéllar. Entre 1996-98 integra a Comissão Internacional de Bioética da UNESCO. Em 1997 é organizado em Paris, pela Maison des Sciences de l’Homme e a UNESCO, o congresso internacional "A contribuição de Celso Furtado para os estudos do desenvolvimento", reunindo especialistas do Brasil, Estados Unidos, França, Itália, México, Polônia e Suíça. No mesmo ano é criado pela Academia de Ciências do Terceiro Mundo, com sede em Trieste, o Prêmio Internacional Celso Furtado, conferido a cada dois anos ao melhor trabalho de um cientista do Terceiro Mundo no campo da economia política. É Doutor Honoris Causa das universidades Técnica de Lisboa, Estadual de Campinas-UNICAMP, Federal de Brasília, Federal do Rio Grande do Sul, Federal da Paraíba e da Université Pierre Mendès-France, de Grenoble, França.
Em agosto de 1997 é eleito para a cadeira n. 11 da Academia Brasileira de Letras. Faleceu no Rio de Janeiro, em 20 de novembro de 2004.
Obras:
De Nápoles a Paris (1946)
A Economia Brasileira (1954)
Formação Econômica do Brasil (1959)
A Pré-Revolução Brasileira (1962)
Subdesenvolvimento e Estagnação na América Latina (1966)
O Mito do Desenvolvimento Econômico (1974)
A Fantasia Organizada (1985)
A Fantasia Desfeita (1989)
Os Ares do Mundo (1991)
Brasil: uma Construção Interrompida (1992)
Celso Furtado (1997)
Seca e Poder (1998)
fonte: Site da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
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