domingo, 12 de dezembro de 2010

LNLS: Você sabe o que significa luz Síncrotron?

Por Antônio Arapiraca*


O Laboratório Nacional de luz Síncrotron (LNLS), localizado em Campinas/SP, é um grande acelerador de elétrons que permite que radiação eletromagnética possa fazer investigação da estrutura molecular dos mais diversos tipos de materiais.

Inaugurado em 1997, este laboratório é equipado com um tubo em forma de anel com 93,2 metros de comprimento onde um feixe de elétrons é acelerado até atingir uma energia de 1,37 GeV. Estes elétrons quando colocados em movimento numa trajetória circular emitem radiação eletromagnética, ou seja, luz. Essa é a chamada luz síncrotron, um tipo de radiação altamente intensa. Em seguida, essa luz é coletada em linhas de luz pelos cientistas para os mais diversos tipos de aplicações, o que traz o desenvolvimento de novas tecnologias.


Diagrama do acelerador circular de 92,3 metros de comprimento do LNLS.
A construção deste tipo de equipamento tem sido uma tendência mundial, pois o mesmo pode auxiliar em diversas pesquisas científicas ou industriais. Assim, os mais variados tipos de investigações podem ser feitos, indo desde arqueologia e palentologia até o desenvolvimento de fármacos inteligentes que ajudariam com mais eficiência no tratamento de diversas enfermidades. Por este motivo, nas imediações do laboratório se encontram instalados o Centro de Biologia Molecular e Estrutural e o recém inaugurado Centro de Nanociências e Nanotecnologia Cesar Lattes.

Etapa final da conclusão da obra do acelerador, antes da cobertura que isola os pesquisadores da radiação.
Este ano, a direção do LNLS anunciou a construção de uma nova fonte de radiação, maior e mais potente do que a atual. Esta nova fonte síncrotron, que se chamará SIRIUS e contará com 3 GeV de capacidade energética, é equivalente às fontes ALBA (Espanha) e Diamond (Reino Unido), e é superior à fonte Soleil (França), que conta com 2,75 GeV.

Anel acelerador já concluído e com a proteção de concreto para evitar contatos com a radiação.

E um detalhe importante é que o LNLS foi o primeiro laboratório deste tipo construído no hemisfério sul e com tecnologia majoritariamente desenvolvida no país, o que demonstra que aqui nas nossas terras férteis e verdejantes temos também capacidade de desenvolver áreas de altíssima tecnologia, nesse caso, a engenharia de aceleradores.

Projeto do novo acelerador SIRIUS.
Maiores informações podem ser encontradas no site do LNLS e na wiki. A seguir o leitor pode acompanhar o vídeo institucional do laboratório com mais informações sobre o acelerador de elétrons.



*Antônio Arapiraca é físico, professor do CEFET/MG e mantém o fóton Blog

Um comentário:

Jozefo Lunazzi disse...

Nunca entendi porque chamaram aqui no Brasil de "Luz" síncrotron, sendo que luz é a radiação que vemos, uma fração apenas do que o síncrotron gera é luz.

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