quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Saiba quem foi Sérgio Buarque de Holanda

Sérgio Buarque de Holanda nasceu em São Paulo a 11 de julho de 1902. Estudou no Ginásio S. Bento e na Escola Modelo Caetano de Campos, onde compôs a valsa "Vitória Régia", publicada na revista Tico-Tico dois anos depois, e onde foi aluno do Afonso de E. Taunay. Em 1921, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde participou do movimento Modernista de 22, tendo sido nomeado por Mário e Oswald de Andrade representante da revista Klaxon no Rio de Janeiro.

Em 1925, bacharelou-se em Direito pela Universidade do Brasil e, um ano depois, transferiu-se para Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, para dirigir o jornal "O Progresso", fundando, juntamente com Prudente de Morais Neto, a revista "Estética". Retornou ao Rio de Janeiro, em 1927, e passou a trabalhar na imprensa carioca como colunista do "Jornal do Brasil" e funcionário da Agência United Press, viajando para a Europa em 1929, como correspondente dos Diários Associados e fixando residência em Berlim, onde entrou em contato com a obra de Max Weber e assistiu aos seminários de Friedrich Meinecke. Nessa época colaborou na revista "Brasilianische Rundschau" do Conselho do Comércio Brasileiro de Hamburgo.

De volta ao Brasil, ingressou na Universidade do Distrito Federal como professor-assistente de história moderna e contemporânea, e também lecionando literatura comparada como assistente do professor Trouchon. Mergulhou nos estudos de História e dedicou-se àquela que seria sua maior contribuição para a historiografia brasileira: o livro Raízes do Brasil, de 1936. Nele, Sérgio diz que o brasileiro é, antes de tudo, um "homem cordial". A hospitalidade e a generosidade de nosso povo são expressões legítimas de um fundo emotivo, extremamente rico e transbordante, segundo o conceito.

Em 1944, assumiu o cargo de diretor da Divisão de Consulta da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Em 1945, participou da fundação da Esquerda Democrática e viajou para São Paulo a fim de participar do Congresso de Escritores. Foi eleito presidente da seção do Distrito Federal da Associação Brasileira de Escritores. Em 1946, transferiu-se para São Paulo, onde substitui seu antigo professor Afonso de E. Taunay no cargo de diretor do Museu Paulista. No ano seguinte, filiou-se ao Partido Socialista e assumiu a vaga de professor de História Econômica do Brasil, na Escola de Sociologia e Política, em substituição a Roberto Simonsen. Viajou a Paris para uma série de três conferências na Sorbonne, em 1949.

Em 1952, mudou-se com a família para Itália, onde permaneceu por dois anos, como professor convidado junto à cadeira de Estudos Brasileiros da Universidade de Roma. Em 1957, recebeu o prêmio Edgard Cavalheiro do Instituto Nacional do Livro pela publicação de Caminhos e Fronteiras. Conquistou em concurso público, a cadeira de História da Civilização Brasileira na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, com a tese Visão do Paraíso - os motivos edênicos no descobrimento e na colonização do Brasil. Foi o primeiro diretor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), eleito em 1962. De1963 a 1967 e viajou como professor-visitante para as universidades do Chile e dos Estados Unidos participando de missões culturais pela Unesco no Peru e na Costa Rica.

Em 1969, requereu sua aposentaria do cargo de catedrático da USP, em solidariedade aos colegas afastados de suas funções pelo AI-5. Recebeu o prêmio Governador do Estado, em 1967, na seção de literatura; em 1979 recebeu, como o intelectual do ano, o prêmio Juca Pato. Foi membro-fundador do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Entre suas obras mais famosas estão: "Raízes do Brasil" (1936), "Cobra de Vidro" (1944), "Caminhos e Fronteiras" (1957) e "Visão do Paraíso" (1959); tendo escrito regularmente para a Folha entre 1950 e 1953.

Sérgio Buarque de Holanda foi o jornalista polêmico, o historiador autodidata, o professor da USP de voz arrastada e chegado a divagações, o erudito que cantava tango em alemão e samba em latim, e o patriarca que se definia, no fim da vida, apenas como o "pai do Chico. Sérgio Buarque de Holanda morreu em São Paulo, a 24 de abril de 1982.

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