
A radiação nesta gama de comprimentos de onda provém de vastas nuvens frias no meio interestelar, com temperaturas de apenas algumas dezenas de graus acima do zero absoluto e também das primeiras e mais longínquas galáxias do Universo. Os astrónomos poderão usar esta gama de comprimentos de onda para estudar as condições químicas e físicas nas nuvens moleculares – as regiões densas de gás e poeira, onde estão a nascer estrelas. Estas regiões do Universo são frequentemente escuras e opacas no óptico, mas brilham distintamente nas bandas do milímetro e sub-milímetro.
A radiação milimétrica e sub-milimétrica abre uma janela para o enigmático Universo frio, mas o sinal proveniente do espaço é fortemente absorvido pelo vapor de água existente na atmosfera terrestre. Por esta razão, os telescópios usados neste tipo de astronomia têm de ser construídos em locais altos e secos, razão pela qual o ESO escolheu o planalto de Chajnantor a 5000 metros de altitude, local do maior observatório astronómico na Terra.

O ALMA será um instrumento único de design revolucionário, composto inicialmente por 66 antenas de alta precisão, e que funcionará numa gama de comprimentos de onda entre os 0.3 e os 9.6 mm. A 'rede dos 12 metros' será constituída por cinquenta antenas de 12 metros de diâmetro, trabalhando em conjunto como um único telescópio – um interferómetro. Adicionalmente, esta rede será complementada pela 'rede compacta' constituída por quatro antenas de 12 metros e doze antenas de 7 metros. As antenas podem ser deslocadas no planalto desértico, a distâncias que vão dos 150 metros aos 16 quilómetros, proporcionando ao ALMA um poderoso e variável poder de focagem. O telescópio será capaz de observar o Universo em comprimentos de onda milimétricos e sub-milimétricos, com uma sensibilidade e resolução sem precedentes, com uma nitidez que será dez vezes superior à do Telescópio Espacial Hubble e complementará as imagens obtidas com o interferómetro do VLT.
O ALMA é o telescópio mais poderoso para observação do Universo frio – gás molecular e poeira assim como radiação residual do Big Bang. O ALMA estudará os blocos constituintes de estrelas, sistemas planetários, galáxias e da própria vida e proporcionará ainda aos cientistas imagens detalhadas de estrelas e planetas a formarem-se em nuvens de gás, próximas do nosso Sistema Solar. Também será capaz de detectar galáxias distantes, que se estão a formar nos limites do Universo observável e que nós observamos tal como eram, há cerca de dez mil milhões de anos. O ALMA irá proporcionar-nos uma janela única para a compreensão das mais profundas questões ligadas às nossas origens cósmicas.
A construção do ALMA estará concluída por volta de 2012, mas observações científicas com uma fracção da rede poderão ser realizadas já a partir de 2011.
O projecto ALMA é uma parceria entre a Europa, o Japão e a América do Norte, em cooperação com a República do Chile. O ALMA é financiado na Europa pelo ESO, no Japão pelos Institutos Nacionais de Ciências da Natureza, em cooperação com a Academia Sínica da Ilha Formosa, e na América do Norte pela Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos, em cooperação com o Conselho Nacional de Investigação do Canadá. A construção e operação do ALMA é coordenada pelo ESO, em prol da Europa, pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão, em prol do Japão e pelo Observatório Nacional de Rádio Astronomia, que é gerido, pela Associação de Universidades, em prol da América do Norte.
Para mais informação por favor visite a página do ALMA ou a página do Projecto ALMA do ESO.
fonte: ESO Brasil
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