quinta-feira, 31 de março de 2011

O custo da máquina movida a óleo

Por Petrus Galvão*
Do Instituto Mar Adentro

Pra quem ainda não se divertiu com o cenário futurístico mais presente de “Admirável Mundo Novo” (Haldous Huxley), eu lhes ofereço um hiper resumo em forma de exemplo: o mundo depende de petróleo para sobreviver. Não importa quantas fontes de energia possam existir, nem quão economicamente interessantes elas possam ser (ex: células de hidrogênio, magnetismo, solar, etc...).


A única mensagem a que somos expostos, desde que ainda passeávamos pendurados no ventre de nossas genitoras, é esta: o mundo depende de petróleo para sobreviver. Não vou perder meu tempo tentando convencê-los do tamanho desta falácia, outro sim, pedir-vos-ei para atentar a mais este fato: 800 toneladas de óleo estão indo para o mar do Atlântico Sul devido ao naufrágio de um navio. Aí vocês irão dizer, mas isto não é nada perto das 35 mil toneladas que foram ao mar no Alasca em 1989. Mas, não por falta de assunto, mas pra não deixar enterrar o acidente do Golfo do México, valho-me deste fato para mais uma vez atentar vossos ouvidos para aquilo que dizem os únicos beneficiados com todo esse óleo em nossas vidas: o mundo depende de petróleo para sobreviver.

Atentou? Bem, agora cale-a por um instante, e reflita sobre o que pagamos por essa “verdade”. Não deixe de prosseguir em sua reflexão quando vir a sua mente os inúmeros animais mortos pelo óleo grudado em seus corpos. Vá adiante quando você visualizar uma molécula de Benzeno (derivado do óleo) intercalada a dupla hélice do seu DNA, impedindo sua perfeita duplicação e levando a um tumor. Prossiga com os cálculos de emissão de CO2 derivados da queima do ouro negro, e com os efeitos no aumento de temperatura e, por conseguinte, a bagunça no clima e no mar. E no final? No colo de quem vai estourar a conta do cartão de crédito? Qual geração vai segurar esta fatura? Temos a liberdade de transmitir esse saldo devedor? Mais do que jargão: pense localmente, aja localmente.

Retrospectiva dos principais acidentes com petróleo aqui.

*Petrus Galvão é biólogo e membro do conselho diretor do Instituto Mar Adentro.

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