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domingo, 12 de maio de 2013

A depleção do ozônio e sua implicação para os seres vivos

Imagem do maior buraco de ozônio da Antártida já registrado (setembro de 2006), sobre o pólo Sul. Fonte: Wikipédia.
Por Amanda Oliveira*
De Itabira-MG

A camada de ozônio exerce papel fundamental na manutenção da vida atuando como filtro para as radiações ultravioletas emitidas pelo sol, que são nocivas aos seres vivos. O ozônio se forma através da interação da radiação UV com o gás oxigênio, que faz com que a molécula se quebre em dois átomos de O, e depois, o átomo liberado se liga a outra molécula de O2 para formar o ozônio (O3). Denomina-se camada de ozônio, a principal região de concentração de O3 – cerca de 90% do total – entre 20 e 35 km de altitude.


A cada década, estima-se uma redução de 4% do ozônio na estratosfera terrestre (camada de ozônio) e um declínio maior ainda na camada estratosférica de ozônio sobre as regiões polares da Terra, fenômeno conhecido como depleção do ozônio. Tal fenômeno decorre de causas naturais, porém, sabe-se que atividades humanas vem agravando a situação, como por exemplo, a utilização de clorofluorocarbonos (CFC’s) ou bromofluorocarbonos (BFC's). Estas substâncias são resultantes dos sistemas de refrigeração, de espumas plásticas, aerosóis, entre outros

Na presente matéria, serão expostas as consequências dessa redução para a vida, e como os CFC’s e BFC's atuam nessa redução. Neste caso, a destruição do ozônio ocorre pela ação de átomos de cloro e bromo que acumulam na estratosfera após dissociarem destes compostos emitidos na superfície.

Pegando como exemplo os CFC’s, descreveremos sucintamente o processo de atuação dessas substâncias na destruição do ozônio. Primeiramente, os CFC’s atingem a estratosfera terrestre e são decompostos pela radiação ultravioleta, por um processo de fotólise (decomposição ou dissociação de compostos químicos causados pela luz ou pela radiação ultravioleta), liberando átomos de cloro, flúor e bromo. Após esse processo ocorrem as reações catalíticas, sendo o Cl o principal reagente, acelerando a destruição da camada de ozônio:

Reação catalítica.
As consequências dessa destruição afetam diretamente os seres vivos. Aos seres humanos, a exposição à radiação UV pode causar danos na visão, envelhecimento precoce, desenvolvimento de um câncer de pele ou ainda prejudicar o sistema imunológico. Nos animais e plantas, as consequências também são graves. Os raios causam danos aos vegetais, prejudicam o desenvolvimento de formas de vidas aquáticas e alteram a produtividade do fitoplâncton, que sendo a principal fonte de abastecimento de oxigênio do meio aquático, resulta em um desequilíbrio ambiental.

Tais consequências tem despertado atenção e gerado uma preocupação mundial, resultando, por exemplo, na adoção do Protocolo de Montreal. O protocolo em questão tem alcance universal, foi aberto para adesões a partir de 1987, e propõe metas para a redução do consumo de substâncias prejudiciais à camada de ozônio.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD – Brasil), “o Protocolo tem sido um sucesso estrondoso. Os 191 países signatários eliminaram, conjuntamente, mais de 95% das substâncias que destroem a camada de ozônio, e a expectativa é que, até 2075, a camada de ozônio que protege a Terra retome seus níveis anteriores à década de 80.” (matéria disponível em: http://www.pnud.org.br/Noticia.aspx?id=1723).

Segue um vídeo acelerado mostrando a depleção natural da camada de ozônio, no período de inverno:





*Amanda Oliveira é técnica em Química pelo CEFET/MG, estudante do curso de Engenharia Ambiental da UNIFEI em Itabira-MG e colabora com fóton Blog.

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