Imagem da cúpula geodésica Biosphère em Montréal, Canadá, construída em 1967. Fonte: Wikimedia Commons. |
No blog Módulo de Psi ao Quadrado
Buckminster Fuller na juventude. |
O carbono é um elemento fascinante. Ele tem 4 elétrons de valência, que um estudante de física esperaria estarem configurados como 2s2 2p2. No entanto, ao formar ligações químicas o sistema diminui sua energia formando híbridos: combinações lineares de soluções da equação de Schroedinger que chamamos de sp, sp2 e sp3. Até 1985 duas formas de carbono puro eram conhecidas: grafite com a hibridização sp2 e diamante com a sp3. Na verdade 3, pois carbono amorfo pode conter uma mistura das duas.
Mas tudo mudou quando um grupo de pesquisadores da Rice University anunciou a síntese de uma nova forma de carbono. O artigo original está disponível ao público na revista científica Nature. Ao evaporar carbono usando um laser pulsado sob certas condições o espectrometro de massa mostrava uma alta concentração de clusters de 60 átomos. O grupo corretamente interpretou esse resultado como resultante da formação de estruturas em que os átomos de carbono sp2 formam hexágonos e pentágonos como numa bola de futebol. Uma estrutura geodésica como as imaginadas por Fuller.
Visão em 3Dda molécula de Fulereno usando um programa típico de visualização molecular. Fonte: Wikimedia Commons |
Numa justa homenagem, os autores batizaram essa nova forma de carbono Buckminsterfullerenos, que logo viraram buckyballs ou simplesmente fulerenos. As buckyballs C60 foram o primeiro passo para a descoberta de outros fulerenos como C70, C76, C78 e C84, para os nanotubos de carbono e para o grafeno.
Fulerenos C60 em solução. Fonte: Wikimedia Commons. |
Em 1996, os autores Robert F. Curl Jr, Sir Harold Kroto e Richard E. Smalley dividiram o Prêmio Nobel da Química.
A referência para o artigo original é:
H. W. Kroto, J. R. Heath, S. C. O'Brien, R. F. Curl, & R. E. Smalley (1985). C60: Buckminsterfullerene Nature, 318 (14 November 1985), 162-163
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