sexta-feira, 30 de março de 2012

2014, Ano Internacional da Cristalografia


Por Carlos Basílio Pinheiro*
De BH

Dia 04 de maio de 1912 um emissário (ou provavelmente um dos autores em pessoa) deixou na caixa de correios da Academia de Ciências da Bavária, o artigo de autoria de Max von Laue, Walter Friederich e Paul Knipping [1] , que continha a prova experimental de que raios X eram ondas e que cristais apresentavam uma rede com ordem de longo alcance em escala molecular.

Este artigo, cujo importância foi prontamente reconhecida inclusive com a concessão do prêmio Nobel de 1914 à Max von Laue, abriu um caminho para exploração de estruturas e ligações químicas que nos levaram a compreender até mesmo a base molecular da vida. Hoje, e graças artigo de Laue, aos trabalhos pioneiros de W. H Bragg e W. L Bragg e inúmeros cristalógrafos anônimos mundo afora, são conhecidas as estruturas de aproximadamente 600 mil compostos orgânicos/organometálicos/metalorgânicos, 200 mil compostos inorgânicos/minerais e de 70 mil proteínas/macromoléculas.

Como podemos ver, a cristalografia é um ciência bastante antiga, porém muito poderosa e importante. Para se ter uma idéia da importância da Cristalografia no mundo atual vale salientar que essa área da ciência conta com 20 prêmios Nobel, foram 4 somente nos últimos 10 anos. Veja a lista completa dos prêmicos concedidos neste link.

Para comemorar o papel fundamental da cristalografia e ao mesmo tempo relembrar o prêmio Nobel ganho por Max von Laue em 1914 a União Internacional de Cristalografia e a UNESCO declararam que 2014 será considerado o Ano Internacional da Cristalografia

A idéia é propor uma série de eventos, seminários e atividades que congreguem professores, estudantes em todos os níveis e a população em geral celebrar e refletir sobre o centenário do artigo de Max von Laue, Walter Friederich e Paul Knipping.

[1] W. Friedrich, P. Knipping, M. Laue, Sitzungsberichte der Königlich Bayerischen Akademie der Wissenschaften 303 (1912), republished later in Annalen der Physik 41, 971 (1913)

*Carlos Basílio Pinheiro é Doutor em Física e professor do Laboratório de Cristalografia no Departamento de Física UFMG.

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