sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Inovação no setor cerâmico: custo baixo e ganhos para o meio ambiente

Por Vilma Romero 
Do Rio de Janeiro

Dois problemas e uma solução ambientalmente correta: resíduos de celulose ou de rochas ornamentais podem ser empregados para a produção de tijolos e blocos cerâmicos. Retiram-se do meio ambiente rejeitos que, de outra forma, poluiriam rios e córregos da região, e ao mesmo tempo, aprimoram-se as características positivas do produto: o acréscimo de matéria-prima reciclada garante que os tijolos fabricados pela empresa Arte Cerâmica Sardinha, instalada em Campos dos Goytacazes, se tornem mais sólidos e mais resistentes.

Em outras palavras, diminuem-se os custos e aumenta-se a qualidade.

No caso da celulose, a empresa tomou duas iniciativas: fez contato com a indústria Copapa Companhia Paduana de Papéis, do município de Pádua, que lhe possibilitou o aproveitamento dos rejeitos, e fechou parceria com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que desenvolveu uma pesquisa para testar o uso desses resíduos na produção de tijolos. Com recursos do programa de Inovação Tecnológica, da FAPERJ, a empresa pôde desenvolver o projeto.

Para isso, a empresa passou a adicionar 5% de celulose à mistura de argila, o que fez com que o material entrasse em combustão a uma certa temperatura. O resultado foi bastante positivo: uma cerâmica mais leve, que exige menos combustível durante o processo de fabricação. O bom desempenho do produto levou o empresário Rodolfo Azevedo a submeter novo projeto ao mesmo programa da FAPERJ.

Em 2009, Azevedo deu mais um passo no caminho da reciclagem. Desta vez, resolveu empregar os resíduos do corte de rochas ornamentais na produção. "Foi outro sucesso. Essa adição faz com que a cerâmica retraia menos durante o processo de fabricação. Como consequência, a cerâmica resultante é mais refratária, ou seja, rende mais, tem maior resistência e menor absorção de líquido", explica. Isso significa que pode ser usada em blocos de vedação ou de cobertura, pois se torna mais impermeável à água da chuva.

"O apoio da FAPERJ nos possibilitou o desenvolvimento dessas inovações, em parceria com os pesquisadores da Uenf." O exemplo, por sinal, vem sendo seguido por outras fábricas de Pádua, que também passaram a fazer uso dos resíduos de celulose para reduzir custos. Com isso, praticamente 100% dos rejeitos da Copapa tem sido reaproveitados. Ganha o meio ambiente e também os consumidores, que compram um produto mais durável e de melhor qualidade", resume Rodolfo Azevedo, responsável pela Arte Cerâmica.

fonte: Boletim Agência FAPERJ

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