De Salvador
Crédito: Cláudio Leal |
Krajcberg se fez renascer brasileiro aos 27 anos, depois de ter perdido toda a família entre os seis milhões de cidadãos assassinados pelo nazismo na Polônia.
Daí, resolveu rodar pela terra brasilis, de ponta a ponta, da Amazônia ao curso da Mata Atlântica, denunciando os maus tratos contra o meio ambiente, esculpindo, pintando ou fotografando cada raiz, tronco, folha ou flor, como na defesa de parentes. Ele mesmo acentua, quase que numa projeção fabulosa, que sua obra “exprime o grito sofrido e revoltado do planeta” (veja algumas imagens no Google).
E foi em terras baianas, em meio a remanescentes de floresta tropical, que o artista e humanista escolheu morar, desde 1972. Mais precisamente numa casa feita no alto de um tronco de pequi com quase três metros de diâmetro, no município de Nova Viçosa, sul da Bahia. “Sou um homem só no mundo. Tinha que escolher um lugar. E escolhi aqui”, diz.
Nesse lugar, o artista quis construir um importante centro cultural do país, juntamente com o amigo e arquiteto Zanine Caldas. O projeto chegou a conquistar nomes como os de Dorival Caymmi, Oscar Niemayer e Chico Buarque. “Mas foi tudo desmantelado. Somente eu fiquei aqui, vivendo nessa floresta que eu cuido com amor”, disse, referindo-se ao seu Sítio Natura, onde funciona seu atelier e um museu ainda inacabado, mas com certeiras visitações, chamado Arte e Ecologia.
“Minha arte e minhas fotografias mostram a violência praticada contra a natureza, assim como contra o povo que mora nas florestas. Tanto na Amazônia quanto aqui no sul da Bahia, os índios estão se mudando de suas reservas para fugir de atentados contra a vida deles. Onde está a defesa desse povo?”, indigna-se e avalia: “o brasileiro não se manifesta porque não conhece o Brasil”.
Com 90 anos, o artista tem mostras espalhadas pelo mundo à fora. Além do Espaço Krajcberg no Museu de Montparnasse, em Paris, ele tem obras expostas na Fundação Yves Rocher na Bretanha, também na França. “Agora estamos estudando uma exposição em New York”, informa. Marcante mesmo é a exposição “O homem e a natureza no Ano Internacional das Florestas”, que se encontra no Museu Afro Brasil, em São Paulo até 6 de novembro, sob a curadoria do também artista plástico e escultor Emanoel Araújo, diretor do museu paulista. São 31 trabalhos, entre esculturas, relevos e fotografias.
Na Bahia, quem quiser visitar o Museu Ecológico Frans Krajcberg, em Nova Viçosa, vai testemunhar remanescentes de Mata Atlântica recuperadas pelo artista, além do choro e revolta da natureza, “psicografados”, com o mesmo estertor de quem perde a família pela violência, através de sua arte engajada.
“Minha arte e minhas fotografias mostram a violência praticada contra a natureza, assim como contra o povo que mora nas florestas. Tanto na Amazônia quanto aqui no sul da Bahia, os índios estão se mudando de suas reservas para fugir de atentados contra a vida deles. Onde está a defesa desse povo?”, indigna-se e avalia: “o brasileiro não se manifesta porque não conhece o Brasil”.
Com 90 anos, o artista tem mostras espalhadas pelo mundo à fora. Além do Espaço Krajcberg no Museu de Montparnasse, em Paris, ele tem obras expostas na Fundação Yves Rocher na Bretanha, também na França. “Agora estamos estudando uma exposição em New York”, informa. Marcante mesmo é a exposição “O homem e a natureza no Ano Internacional das Florestas”, que se encontra no Museu Afro Brasil, em São Paulo até 6 de novembro, sob a curadoria do também artista plástico e escultor Emanoel Araújo, diretor do museu paulista. São 31 trabalhos, entre esculturas, relevos e fotografias.
Na Bahia, quem quiser visitar o Museu Ecológico Frans Krajcberg, em Nova Viçosa, vai testemunhar remanescentes de Mata Atlântica recuperadas pelo artista, além do choro e revolta da natureza, “psicografados”, com o mesmo estertor de quem perde a família pela violência, através de sua arte engajada.
fonte: Outras Palavras
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