Andy Warhol em 1970 |
Andy Warhol foi um visionário. Principal inventor da Pop Arte, ele rompeu a separação entre baixa e alta cultura e conseguiu antever em plena efervescência libertária dosanos 1960 a era midiática, dominada pela cultura pop, pelo efêmero e pelo culto às celebridades, que estava por vir nas décadas seguintes. Artista multimídia, sua produção inovadora abrangeu as artes plásticas, o cinema, a música, a fotografia e a publicidade.
Enquanto fazia uma arte provocativa que transformou em mitos elementos banais do cotidiano, da sociedade de consumo e da cultura popular veiculada pelos meios de comunicação de massa, ele também elaborou comentários e reflexões proféticas sobre as transformações culturais que influenciaram os comportamentos sociais e os padrões estéticos das últimas décadas do século 20 e dos primeiros anos do 21.
Filho de imigrantes de uma região que atualmente fica dentro de cinco nações do Leste Europeu, Warhol não teve uma vida fácil. As dificuldades econômicas durante uma infância e adolescência de quem pertence à classe baixa somente foram superadas quando ele tornou-se um bem-sucedido artista comercial elaborando desenhos publicitários para anúncios de moda. Ser uma celebridade nessa área, como ele era, não satisfazia Warhol que desde que chegou a Nova York vindo de Pitsburgh investiu na ideia de ser um grande artista. Ele não perdia nenhuma exposição, era assíduo frequentador de galerias de arte e também um cliente delas, com a esperança de um dia ter seus trabalhos expostos. Warhol começou a fazer sua arte experimental que seria rotulada de Pop Arte no começo de 1961 e dois anos depois já era um dos artistas mais badalados dos Estados Unidos.
Reprodução
Andy Warhol foi responsável por infringir várias normas e destruir outras tantas tradições das belas-artes. Mas uma das mais impactantes foi ele ter levado para a arte a mesma divisão de trabalho que existia num processo de produção numa fábrica e concebê-la da mesma forma que a arte comercial. Seu interesse pela reprodução, pela cópia, pelo simulacro, pela impressão e seu desprezo pelo original dentro da ideia de dar ao desenho um aspecto de publicado ajudaram a desmitificar a ideia do "criador", do "autor" solitário e responsável por toda a obra. Além disso, Warhol tinha uma visão que desdenhava da "seriedade" e da "arte real" exposta nas galerias. Ele via as galerias de arte como um espaço comercial com proposta similar a de qualquer loja das principais avenidas para compras em Manhattan. Para Warhol, o melhor da arte comercial - nos filmes de Hollywood, na publicidade ou na moda - tinha tanto significado artístico quanto as obras de arte expostas nas galerias. |
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