domingo, 16 de janeiro de 2011

Antiga espécie de golfinhos é identificada

Por Juliette Savin
Via o Blog Olho de Biólogo

Está sendo exibido no Museu de História Natural de Roterdã o fóssil de uma ‘nova’ espécie de golfinho, o golfinho ‘Cabeça-de-Balão’, que vivia no mar do Norte há 2.5 milhões de anos.

O fóssil, um pedaço do osso da cabeça do golfinho, foi encontrado por um pescador holandês, Albert Hoekman, em 2008. Os paleontólogos Klaas Post e Erwin Kompanje, pesquisadores especializados no estudo de fósseis, do Museu do Roterdã, recentemente publicaram um estudo na revista Deinsea, no qual concluem que se trata de uma espécie antiga de golfinhos, desconhecida pela ciência, mas que pertence à mesma família dos golfinhos atuais. A espécie foi batizada como Platalearostrum hoekmani em homenagem ao seu descobridor.

O golfinho Cabeça-de-Balão provavelmente é um parente da atual Baleia-Piloto, que tem uma protuberância na cabeça. Como a Baleia-Piloto, o golfinho Cabeça-de-Balão devia usar esse bulbo na cabeça como biosonar para se orientar.
Essa história poderia ser bonita, como as muitas  descobertas de fósseis importantes para a paleontologia por agricultores, crianças, pescadores e pessoas que os acharam por acaso ... Se não fosse por um pequeno detalhe: Hoekman pratica pesca intensiva usando redes gigantes que levam tudo o que encontram no seu caminho, inclusive fósseis!

“Durante as quatro últimas décadas, o Mar do Norte tem revelado mais de dez mil fósseis através da pesca intensiva com grandes redes (trainas)”, dizem os autores do estudo. A pesca com trainas e uma prática comercial altamente destruidora, que leva à superexploração do pescado, sobrepesca e à destruição de ecossistemas marinhos. A falta de controle de tais práticas de pesca, no mundo inteiro, está colocando muitas espécies de peixe em risco de extinção.

A descoberta de fosseis é uma coisa boa e positiva, e sempre é um avanço para a ciência, descobrir o que vivia nos nossos oceanos no passado. Mas será que tais descobertas não podem nos fazer parar para pensar no que estamos fazendo ao nosso planeta? Queremos que o que permaneça dessa multidão de espécies de peixes que vivem nos oceanos seja só fósseis? Ou queremos ver os peixes vivos e saudáveis?

Leia mais na matéria da National Geographic

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