De Brasília
O Brasil emite 2,2 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera todos os anos. Quanto disso é sua responsabilidade? Um invento desenvolvido na UnB permite saber quanto cada aparelho da sua casa gasta de energia, e qual a emissão de carbono correspondente. A Eco2Box foi criada pela IPe, empresa incubada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da universidade.
O produto coleta informações das tomadas e as direciona ao computador, onde são apresentados gráficos simplificados que mostram inclusive quantas árvores teriam de ser plantadas para compensar aquele banho demorado ou uma noite com a tv ligada. O morador pode ter informações de cada aparelho conectado ao sistema, como geladeiras, televisões e conta também com gráficos de medições diárias, mensais e de variação de gastos.
A IPe é formada por ex-alunos do curso de Engenharia de Redes. Eles tiveram a ideia em 2007, mas foi com o apoio do CDT que eles desenvolveram o primeiro protótipo. “Tínhamos formação técnica, mas lá conseguimos uma visão empreendedora e também fizemos diversos contados importantes”, diz Roberto Mascarenhas Braga. Ele diz queo objetivo da empresa com a Eco2Box é auxiliar na redução em até 15% oconsumo de energia em casa.
O invento baseia-se em tecnologias existentes, mas fornece informações que não eram disponíveis ao morador. “O usuário podia ter medições locais, mas com os dados puros não é possível fazer muita coisa”, explica.
Wireless – A Eco2Box utiliza adaptadores plugados às tomadas. Com uma pequena antena, eles enviam as informações sobre o consumo para o aparelho, uma pequena caixa ligada a um computador por um cabo USB. Esta caixa reúne as informações e um programa de computador criado pela empresa faz o cruzamento dos dados. O computador precisa estar conectado à internet para obter o consumo em dinheiro, baseado na taxa de energia de cada estado. O aparelho também identifica problemas em tomadas ou se está havendo desperdício de energia.
O kit básico da Eco2Box deve sair entre R$ 200 e R$ 250, incluindo três adaptadores para tomadas e o programa para computador. O preço pode cair se for produzido em larga escala. Os próximos passos são criar adaptadores para a medição nas tomadas em formas de réguas, para que vários aparelhos possam ser ligados ao mesmo tempo. Além disso, a empresa está desenvolvendo um aplicativo para celulares.
O invento está participando do IBM SmartCamp Brasil, competição em oito capitais brasileiras para novas empresas que tenham viés ambiental. Dos 80 projetos apresentados nacionalmente, 10 irão para a final no Rio de Janeiro. O ganhador conhecerá o Vale do Silício, a meca da tecnologia mundial. Além disso, ganhará apoio da IBM para que o projeto seja comercializado. O resultado sai no final deste mês.
fonte: Agência UnB
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