Desvendar alguns dos mecanismos moleculares envolvidos nos processos de infecção de células humanas pelo vírus da dengue. Esse é o desafio para 16 pesquisadores da USP de Ribeirão Preto. Para isso, eles contam com a um supercomputador, recentemente instalado no Laboratório do Grupo de Simulação Molecular do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP).
Segundo o Serviço de Comunicação Social da Universidade, o equipamento é capaz de realizar quase um trilhão de cálculos por segundo e é o de maior potência entre os utilizados pelos pesquisadores do campus, segundo analistas do Centro de Informática de Ribeirão Preto (CIRP). O objetivo específico da sua utilização é ajudar a desvendar a estrutura da proteína E, uma das dez do vírus da dengue diretamente envolvida nas fases iniciais do processo de infecção. Através do supercomputador, o grupo de pesquisadores, liderados pelo professor Léo Degrève, da FFCLRP, pretende procurar uma forma de inibir algumas atividades dessa proteína chave, tal como sua função de ligar o vírus à membrana celular do hospedeiro. Avançar no entendimento de tal mecanismo, por si só, diz o professor, seria um importante passo para o desenvolvimento de substâncias antivirais inibindo a infecção. “Entre as diversas funções das proteínas do vírus da dengue, algumas permanecem, até o momento, desconhecidas, mas certas funções são estruturais, com atuações diversas na transferência do material genético do vírus para dentro da célula, passo imprescindível para a futura reprodução do material genético e formação de novas partículas virais”, relata o pesquisador.
Dentre as funções conhecidas das proteínas uma revela que a proteína E é particularmente importante para a reprodução do vírus, uma vez que a sua ação ocorre fora das células e que ela possui um papel fundamental na fusão do vírus, isto é, na inserção do material genético do vírus na célula. É esta propriedade que elege a proteína E como alvo preferencial para a procura de substanciais antivirais. “Poderíamos inibir essa atividade chave. Mas para colocar isso em prática o conhecimento da estrutura tridimensional da proteína com detalhes atômicos é imperativo, uma vez que as técnicas experimentais de determinação de estruturas não são capazes de alcançar a precisão necessária, dentre outras razões, à complexidade das proteínas envolvidas.
É exatamente nessa tarefa que entra um computador de grande porte e a técnica de dinâmica molecular empregada. Esta abordagem do problema da dengue é inédita”, afirma o coordenador. O vírus do dengue é um dos 68 flavivírus da família dos flaviviridae, que são responsáveis por febres hemorrágicas e encefalites que podem ser letais para o ser humano. Com informações da assessora Rosemeire Talamone, do Serviço de Comunicação Social da Coordenadoria do Campus de Ribeirão Preto - USP.
fonte: Dengue na WEB
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