Quatro jovens conquistaram, nesta terça-feira (01), um título inédito para a vela brasileira.
Alan abraça a mãe emocionada. "Bastante", diz a mãe chorando. Samuel vai mostrar em casa a mão castigada. “A mão vai contar história. Ela está melhorzinha agora. Tem até o tempo de chegada da gente para não esquecer”, conta.
Alex Mattos e Hallan Batista não vão esquecer o abraço e os parabéns do padrinho Torben Grael, o maior medalhista olímpico do Brasil.
“Não imaginava que fosse ir tão longe. Acho que isso daqui pra gente é um presente enorme”, declara Torben Grael, cinco medalhas olímpicas.
O reconhecimento é merecido. Eles completaram, nesta terça-feira (01), a primeira regata transoceânica de suas vidas: 6,7 mil quilômetros da África do Sul até a realização de um sonho, a vitória na regata Cidade do Cabo-Rio de Janeiro.
Dezessete dias em alto mar para provar que um esporte que já trouxe 16 medalhas olímpicas para o Brasil não é necessariamente um esporte elitista.
Eles fazem parte do Projeto Grael, instituição que, em 10 anos, já atendeu a mais de nove mil crianças e jovens da rede pública com programas educacionais e esportivos. A vela mudou a vida deles.
“O talento independe de classe social, do lugar onde você mora. Esses meninos têm talento. Eles precisam de oportunidade pra mostrar isso”, explica o diretor do Projeto Grael, Axel Grael.
Ao lado de três sul-africanos, o quarteto brasileiro competiu com um veleiro emprestado pela Marinha da África do Sul.
Uma vitória que pode abrir portas. “Essa regata é o pontapé inicial. E um dia participar de uma olimpíada. Vamos lapidando, devagarzinho vamos treinando. A gente chega lá um dia”, afirma o iatista.
Não dá pra duvidar de quem já cruzou um oceano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário