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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Corte no orçamento do governo tira R$ 1,927 bi da Educação

Via ANDES

O corte de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012 anunciado nesta quarta-feira
(15) pelo governo atinge áreas consideradas vitais, inclusive pela própria
presidente Dilma Rousseff. Saúde e Educação, diversas vezes anunciadas
como prioritárias pela chefe do Estado, sofreram juntas corte de R$ 7,4
bilhões em relação ao que foi aprovado no Congresso Nacional.


Foram revisadas também as projeções de gastos com benefícios
previdenciários, assistência social, subsídios e complementações para o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com redução de R$ 7,7
bilhões na previsão de gastos com benefícios previdenciários.

Com um corte 10% maior que o realizado no ano passado, o Planalto
contingenciou ainda R$ 35,01 bilhões de despesas não obrigatórias e passou
a tesoura em R$ 20,3 bilhões dos gastos criados pelo Congresso com emendas
parlamentares. Mais R$ 20,5 bilhões foram reduzidos das despesas
obrigatórias.

Contingenciamento

Na comparação entre os ministérios, além da Saúde e da Educação, o das
Cidades foi uma das pastas que mais perdeu, com corte R$ 3,3 bilhões,
seguido pelas pastas da Defesa, com redução de R$ 3,3 bilhões; da Justiça,
com menos R$ 2,2 bilhões; e da Integração Nacional, esvaziada em R$ 2,1
bilhões.

A redução nas verbas também afetou os ministérios do Meio Ambiente e da
Ciência e Tecnologia, que amargaram a redução de R$ 197 milhões e R$ 1,48
bilhão, respectivamente.

“Esta é a prova de que a peça orçamentária é cada vez mais utilizada como
mecanismo de manobra pelo governo para destinar as verbas da União, de
acordo com o interesse do Executivo, neste caso mais uma vez assegurando a
farta remuneração dos rentistas, lastrada no que se convencionou chamar de
superavit primário. Com esses cortes, o governo retoma, de forma
autoritária, a proposta original encaminhada ao Congresso ano passado,
anulando o trabalho feito pelos parlamentares”, avalia Luiz Henrique
Schuch, vice-presidente do ANDES-SN.

Enquanto isso...

Ao mesmo tempo em que anuncia cortes e nega reajuste para os servidores em
2012 sob a alegação que não há previsão orçamentária, o governo enviou
para a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional na última
segunda-feira (13) o projeto do Executivo (PLN 1/12), que abre um crédito
especial de R$ 100 milhões no orçamento da Seguridade Social para
viabilizar a criação do Funpresp.

Desta forma, governo tenta responder a uma crítica feita pelos servidores
de que o PL 1992/02 não poderia ser votado, já que não havia previsão
orçamentária e não tinha estimativa de impacto financeiro.

“Há, portanto, dois pesos e duas medidas, o que mostra que o governo não
negocia com os servidores por uma decisão política. Não há dinheiro para
reajuste, mas há para privatizar a previdência. E mesmo existindo um
impedimento legal, que era a falta de previsão orçamentária, ao que tudo
indica estão procurando um jeitinho”, avalia a presidente do ANDES-SN,
Marina Barbosa.

Além disso, no mesmo dia em que anunciou o corte no Orçamento da União
2012, a presidente Dilma Rousseff publicou decreto com a abertura de
créditos especiais e extras de R$ 804,16 milhões para o fechamento de
contas relativas ao exercício anterior.

De acordo com o divulgado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira,
os recursos vão para a Presidência, e para as pastas da Agricultura,
Ciência e Tecnologia, Defesa, Desenvolvimento Social, Educação, Integração
Nacional, Justiça, Meio Ambiente, Relações Exteriores, Saúde e
Transportes; e para encargos financeiros da União.

Com informações do Correio Braziliense

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