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domingo, 2 de outubro de 2011

O que é um neutrino?

Experiência feita com neutrinos em uma câmara de líquido pesado, no CERN Foto: Getty Images
Partícula elementar da matéria, fantasma ou camaleão, o neutrino é incrivelmente difícil de detectar, por mais que sua presença seja muito maior no universo do que quaisquer dos constituintes do átomo.

Esta partícula subatômica, que intriga os físicos desde os anos 1960, é de fato desprovida de carga elétrica, o que lhe permite atravessar paredes.

A cada segundo, 66 bilhões destas partículas fantasmas atravessam o equivalente a uma unha humana.

Liberados pelas estrelas e a atmosfera, os neutrinos podem, assim, ser gerados pela radioatividade chamada beta, como a das centrais nucleares. Quando um próton se transforma em nêutron (eletricamente neutro) ou um nêutron em próton, esta mutação é acompanhada da emissão de um elétron negativo ou positivo ou de um neutrino (ou de um “antineutrino”).

O comportamento destas partículas imperceptíveis interessa muito os cientistas porque permitiria particularmente explicar porque o mundo é majoritariamente constituído de matéria e não de antimatéria, enquanto que os dois deveriam estar presentes em quantidades equivalentes depois do Big Bang.

A observação das “oscilações” dos neutrinos, que às vezes se transformam e dão origem a outras formas, também é relevante para a Física, pois para oscilar, estas partículas deveriam ter uma massa, ou o “modelo padrão” utilizado para explicar o comportamento das partículas fundamentais implica que elas seriam desprovidas de massa.

No entanto, a existência de sua massa, certamente ínfima, foi estabelecida com certeza em 1998, após trinta anos de pesquisas.

“A existência de um modelo que pudesse explicar porque o neutrino é tão pequeno, sem se dissipar, teria profundas implicações na compreensão do nosso universo: como ele era, como evoluiu, e como eventualmente, morrerá”, explicou Antonio Ereditato, físico do Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália.

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br

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