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sexta-feira, 18 de março de 2011

Eletronuclear rejeita alterar o cronograma de Angra 3

Via Valor Econômico

Os problemas apresentados pelo complexo nuclear japonês de Fukushima 1 a partir do terremoto seguido de tsunami, no dia 11, ainda não geraram nenhuma perspectiva de alteração no projeto e nem no cronograma da usina de Angra 3, a única atualmente em construção no Brasil. "Hoje nada do que aconteceu aponta para a necessidade de mudança de projeto. Portanto, segue tudo como antes", disse ao Valor Luiz Soares, diretor técnico da Eletronuclear, a estatal responsável pela construção e operação da usina. Angra 3 tem previsão de operar em 2014.


Está previsto para o próximo mês o lançamento da licitação para a montagem eletromecânica e dos serviços de engenharia da usina. Atualmente a obra está na etapa de construção civil, com cerca de 10% dos serviços, já executados, segundo a Eletronuclear. A obra está sendo executada pela construtora Andrade Gutierrez, vencedora da licitação realizada no começo da década de 1980 e ainda em vigor. A obra foi parada em 1986.

Executivos da indústria nacional de equipamentos para a usina seguem acompanhando de perto os acontecimentos do Japão, mas ainda não preveem mudanças no andamento dos seus contratos. O que existe hoje contratado para a usina também vem de licitações realizadas há quase 30 anos e que permanecem em vigor. A Bardella vai construir as pontes rolantes, a Confab fará vários equipamentos, incluindo comportas, eclusas, trocadores de calor e vasos de pressão, a Ebse Soluções Integradas fornecerá os tubos de aço carbono e a estatal Nuclep deverá fazer os condensadores e acumuladores.

Vista do Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. À frente, na primeira cúpula, vê-se a usina de Angra 2. Ao fundo, o silo de Angra 1.
Segundo Marcelo Bonilha, diretor-superintendente da Ebse, novo contrato da empresa, já adequado à realidade atual da obra, foi assinado em janeiro deste ano, mas como ainda não foi licitada a montagem eletromecânica, ainda não há cronograma para a entrega dos tubos.

Para Ronaldo Fabrício, diretor da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), não há, a princípio, razão para mudanças no que vem sendo feito no Brasil.

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